Com a popularização dos aplicativos de delivery, muitos restaurantes, lanchonetes e mercados encontraram uma oportunidade de ampliar seu alcance e aumentar o número de pedidos. No entanto, nem tudo são flores. Por trás de cada entrega realizada, as cobranças dos aplicativos de delivery representam um desafio constante — e, se não forem bem gerenciadas, podem comprometer a saúde financeira do negócio.
Neste artigo, vamos mostrar os principais tipos de cobranças feitas pelos aplicativos de delivery, os impactos que elas geram no caixa dos estabelecimentos e como é possível manter o controle sem perder eficiência.
Quais são as cobranças dos aplicativos de delivery?
Apesar de parecerem simples intermediários entre cliente e restaurante, os apps de delivery possuem modelos de monetização complexos. Por isso, é essencial entender cada uma das tarifas envolvidas.
A principal delas é a taxa de comissão por pedido, que varia conforme o plano contratado, podendo ultrapassar 30% do valor total da venda. Além disso, muitos estabelecimentos também arcam com a taxa de entrega, especialmente quando o serviço de logística é feito pelo próprio app.
Outro tipo comum de cobrança é a taxa de destaque, cobrada quando o comerciante quer que sua loja apareça com mais visibilidade no aplicativo. O estabelecimento, em alguns casos, arca totalmente com os custos de promoções e cupons, mesmo quando o app aplica o desconto automaticamente.
Para completar, há a taxa de antecipação de repasse, cobrada quando o restaurante deseja receber o valor das vendas antes do prazo padrão. E não podemos esquecer de tarifas mais sutis, como as cobradas por cancelamentos ou falhas na entrega — que muitas vezes ficam por conta do comerciante, mesmo sem culpa direta.
O impacto real no caixa
A consequência de tantas cobranças é uma só: lucro espremido. Muitos empresários se iludem com o aumento de pedidos, mas ao final do mês, o saldo não acompanha o volume de vendas. É comum ouvir relatos como “vendi mais, mas lucrei menos” — e esse é um sinal claro de que algo está desequilibrado.
Imagine, por exemplo, um pedido de R$ 60. Com 25% de comissão, R$ 15 já são destinados ao aplicativo. Se houver taxa de entrega e algum cupom envolvido, esse valor pode cair ainda mais. No fim, o repasse líquido ao restaurante pode ser de apenas R$ 35 — sem contar os custos com insumos, operação e equipe.
Esse cenário dificulta o controle do fluxo de caixa e prejudica o planejamento financeiro. Afinal, se os repasses demoram e não batem com os valores esperados, como manter a rotina do negócio em dia?
Como gerenciar melhor as cobranças dos aplicativos de delivery?
Diante dessa realidade, o primeiro passo é monitorar cada centavo que entra e sai. Acompanhe detalhadamente os repasses feitos pelos aplicativos e confronte os valores com os pedidos realizados. Essa simples prática ajuda a identificar cobranças indevidas ou divergências que poderiam passar despercebidas.
Outra boa prática é categorizar os custos com apps como uma despesa fixa. Ao fazer isso, você entende quanto do seu faturamento está sendo comprometido e consegue tomar decisões mais estratégicas.
Além disso, revise com frequência o plano contratado. Em alguns casos, mudar para outro modelo de comissão pode ser mais vantajoso. E se o seu volume de pedidos for alto, vale negociar diretamente com o app — muitos oferecem condições especiais para parceiros com boa performance.
Por fim, automatizar o controle financeiro é uma das maneiras mais eficazes de ganhar agilidade e segurança. Ferramentas como a Conciflex auxiliam no processo de conciliação financeira, permitindo identificar erros de repasse, atrasos e taxas não acordadas, tudo de forma prática e integrada.
Nem só de app vive o delivery
Apesar dos apps oferecerem alcance e praticidade, não devem ser o único canal de vendas. Muitos estabelecimentos estão investindo em canais próprios, como WhatsApp, Instagram, site ou aplicativo próprio, reduzindo as taxas e aumentando a margem de lucro.
Diversificar os canais não só ajuda a equilibrar os custos, mas também fortalece o relacionamento com os clientes. Quem faz o pedido direto com o restaurante tende a voltar mais vezes, já que se sente mais valorizado e costuma receber um atendimento mais próximo.
Portanto, os comerciantes podem usar os apps como aliados na conquista de novos clientes, mas devem manter uma estratégia própria e independente para não ficarem reféns das plataformas.
Vender bem também é saber para onde vai seu dinheiro
Em tempos de alta competitividade e margens apertadas, entender como funcionam as cobranças dos aplicativos de delivery é essencial para manter o controle e garantir a lucratividade do seu negócio.
Monitorar taxas, revisar planos e adotar ferramentas que automatizam esse processo são passos fundamentais para ganhar eficiência. Se você sente que seus repasses não batem ou que está perdendo o controle financeiro, talvez seja hora de repensar sua gestão.
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